ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 172-1


Poster (Painel)
172-1IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS DE SOLOS SERPENTÍNICOS DO CERRADO TOLERANTES A NÍQUEL
Autores:COSTA, F.S. (UCB - Universidade Católica de Brasília) ; SENA, M.W.F. (UCB - Universidade Católica de Brasília) ; PESSOA-FILHO, M.A.C.P. (CPAC - Embrapa Cerrados) ; BARRETO, C.C. (UCB - Universidade Católica de Brasília)

Resumo

Os solos serpentínicos apresentam características muito particulares como o excesso de Co, Cr e principalmente Ni. Espera-se que a microbiota de solos serpentínicos apresente respostas evolutivas às condições ambientais, podendo ser utilizada em processos de biorremediação de áreas contaminadas com metais pesados. O objetivo do presente estudo foi isolar e caracterizar a tolerância ao níquel de bactérias obtidas de solos serpentínicos do Cerrado. Foram utilizadas amostras de solos saprolítico e laterítico na região de Barro Alto – GO, da mineradora “Anglo American”. As amostras de solo foram inoculadas nos meios R2A ou meio mineral contendo xilana como fonte de carbono, adicionando-se 5 mM de NiSO4. Colônias com morfologia distintas foram identificadas utilizando a filogenia do gene rRNA 16S. A concentração máxima tolerada foi determinada em concentrações de Ni entre 1 e 64 mM. O solo saprolítico apresentou maiores quantidades de níquel e matéria orgânica que comparado ao solo laterítico. O número médio de UFC/g de solo foi similar nas duas amostras; provavelmente a presença de 5mM de níquel no meio de cultura inibiu o crescimento de muitas bactérias heterotróficas. O gênero Arthrobacter do filo Actinobacteria foi predominante, porém obteve-se colônias dos filos Proteobacteria, Acidobacteria, Firmicutes e Bacteroidetes em menor proporção. Este resultado era esperado, pois Actinobacterias já foram relatadas como predominante em solos serpentínicos em outros locais além de serem de fácil cultivo. Um total de 19 isolados foram avaliados para a resistência ao Ni, observou-se que essas bactérias podem resistir até a 64 mM de níquel, sendo que não foi observado crescimento de Escherichia coli em 1 mM de Ni, nas condições testadas. O aumento da concentração desse metal no meio de cultura alterou a morfologia, pigmentação e o crescimento das colônias, isso indica a presença de mecanismos de tolerância a metais conhecidos como bioacumulação ou a produção de moléculas para neutralizar a toxicidade do metal. Para algumas bactérias, baixas concentrações de Ni estimulam seu crescimento, pois o Ni tem um papel importante tanto na formação de proteínas específicas quanto na regulação osmótica. A obtenção de bactérias resistentes a altas concentrações de níquel permite que os mecanismos de resistências utilizados por elas sejam estudados, avaliando assim o potencial dessas bactérias na utilização em biorremediação de áreas contaminadas por metais pesados.


Palavras-chave:  Bactérias tolerantes a níquel, Solos serpentínicos, 16s rRNA